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Quinta, 02 Dezembro 2010 11:19

Com eclusas, Tucuruí triplica capacidade de transporte de carga

Após 30 anos do início das obras, o presidente Lula inaugurou, na tarde desta terça-feira (30), as duas eclusas da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. A construção permite a navegação sem interrupções entre os rios Tocantins e Araguaia, na região Norte do país. A partir de agora, comboios de até 19 mil toneladas poderão trafegar em 445 km entre o Porto de Vila do Conde (PA) e a cidade de Marabá (PA), onde está prevista uma plataforma multimodal que integrará hidrovia, ferrovia e rodovia. Durante a inauguração, o presidente Lula falou da importância do projeto para a melhoria da qualidade de vida da população. “Essa eclusa só terá sentido se ela significar a melhoria da qualidade de vida de mulheres e homens que moram neste país, neste estado e nesta região.” Representante da Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário (Fenavega), o empresário Eduardo Carvalho esteve presente na cerimônia e comemora a nova fase da hidrovia. “A expectativa é enorme, porque o que antes eu levava três dias para transportar, agora vou fazer em 40 horas”, exemplificou Carvalho, explicando que antes das eclusas era preciso fazer um transbordo de toda a mercadoria e percorrer 4 km de estrada para então embarcar novamente o comboio. Segundo ele, a demanda de transporte atual, de cinco milhões de toneladas, deve subir para 50 milhões de toneladas nos próximos cinco anos. “Cerca de R$ 106 milhões serão investidos em mineração, siderurgia e agronegócio nesse período”, estimou. 30 anos A eclusa é um sistema de elevação de comboios hidroviários que elimina os desníveis e possibilita a navegação entre rios com alturas desiguais. As de Tucuruí têm 210 metros de largura e 33 metros de comprimento cada e são ligadas por um canal intermediário de 5,5 km. De acordo com o Ministério dos Transportes, cerca de R$ 1,66 bilhão foram investidos nas obras, que começaram em 1980 pela antiga Portobras. “Essa é uma vitória do trabalho sério e da persistência sobre a falta de vontade política, que havia paralisado os serviços diversas vezes desde que a obra começou em 1981”, comemora o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot. A partir de 1984, o ritmo das obras foi reduzido até a paralisação total em 1989. Nove anos depois, o projeto foi retomado, mas foi novamente interrompido por orientação do Tribunal de Contas da União. A continuidade dos serviços só voltou a acontecer de 2004 a outubro de 2005, quando o projeto foi paralisado mais uma vez. Em março de 2007, a obra foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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